As opiniões expressas pelo Alto Representante da UE Josep Borrell sobre a cidade cercada de Maraş e a resolução da questão cipriota na sua declaração datada de 15 de Novembro de 2020 revelaram mais uma vez como a UE está desligada das realidades da ilha e deninciou o facto de ignorar a livre vontade do povo da República Turca de Chipre do Norte (RTCN) refletido nas urnas.
As partes envolvidas na questão cipriota são óbvias. Um acordo justo, duradouro e sustentável só é possível se for baseado na vontade dos dois povos que são os co-proprietários da ilha.
Acostumada a ignorar a existência e os direitos dos cipriotas turcos, a UE ousa agora excluir a vontade do povo cipriota turco para uma solução.
Não se deve esperar da UE, que não faz referência ao povo cipriota turco em nenhuma das suas declarações, que tenha concedido à administração cipriota grega que rejeitou o plano de resolução da ONU em 2004, o direito de adesão, e não cumpriu nenhuma das suas promessas aos cipriotas turcos, de contribuir para a solução.
Por outro lado, a decisão do RTCN, plenamente apoiada pela Turquia, como declarou o Presidente Erdoğan, visa eliminar as atuais queixas, e não causar novas.
As resoluções do Conselho de Segurança da ONU não prevalecem sobre os direitos de propriedade. Da mesma forma, as resoluções do Conselho de Segurança da ONU não estão acima da vontade do povo. Durante as últimas eleições, o povo cipriota turco expressou claramente a sua vontade de negociar o modelo de solução de dois Estados. Todos, incluindo a UE, deveriam respeitar esta vontade.
O modelo de solução federal bi-comunal e bi-zonal foi experimentado há mais de 50 anos em Chipre, e não produziu quaisquer resultados porque o lado cipriota grego não vê o povo cipriota turco como um parceiro igual e não quer partilhar o poder e a riqueza.
Se a UE quer contribuir para a resolução da questão cipriota, deve reconhecer a existência e a vontade do povo cipriota turco, antes de mais, e cumprir os seus compromissos assumidos em 2004.