No: 423, 17 de Dezembro de 2021, Comunicado de Imprensa sobre as Conclusões da UE sobre o Alargamento

As conclusões sobre o alargamento aprovadas pelo Conselho de Assuntos Gerais da UE demonstraram mais uma vez que a UE está a abordar o alargamento num contexto de solidariedade dos membros, em vez de adotar uma perspetiva estratégica.

Os parágrafos relevantes das Conclusões ignoram que a Türkiye é um país em negociação para a adesão à UE, negam também e até deturpam o significado da Türkiye tanto para a UE como para a paz, estabilidade e prosperidade regional. Estas conclusões, que mostram revelam um novo exemplo de abuso da UE por interesses mesquinhos e egoístas de certos estados Estados membros, não só nos afastam do objetivo de criar uma agenda positiva e construtiva, mas também não contribuem para as relações entre Türkiye-UE, nem servem os interesses maiores da Europa. Observamos com espanto que a UE está a adotar estas conclusões não como uma União de princípios e valores, mas sim como um grupo de interesses que faz regateio.

Sobre o Mediterrâneo Oriental e a questão de Chipre, as Conclusões são desligadas da realidade, unilaterais e inconsistentes, refletindo, como sempre, a atitude maximalista da dupla greco-cipriota grega, como sempre. Desconsiderando uma vez mais os cipriotas turcos, estas conclusões fecham os olhos à escalada e aos recentes atos unilaterais da Grécia e dos cipriotas gregos no Mediterrâneo Oriental. Enquanto mantiver esta posição, não é possível à UE dar um contributo construtivo para a questão de Chipre. Aproveitando esta oportunidade, convidamos a UE, mais uma vez, a reconhecer a realidade da Ilha e a pôr termo à sua política de ignorar os cipriotas turcos e os seus direitos inerentes.

A Türkiye tem a vontade de desenvolver as suas relações com a UE através de uma agenda concreta e positiva baseada na perspetiva da adesão. Contudo, tais políticas fantasiosas e ideológicas, baseadas na solidariedade dos membros, não servirão certamente o interesse das relações Türkiye-UE. Exortamos a UE a abandonar a sua cegueira estratégica.